MYSTIC PATHS

Carção

Carção

A primeira referência escrita à aldeia de Carção data de 1187, quando os Monges do Convento deram a el-Rei D. Sancho a herdade de Benquerença, no local que é hoje Bragança, recebendo em troca, entre outras, a povoação de Carção.

Conhecida como a “Capital do Marranismo em Trás-os- Montes”, a pequena aldeia no concelho de Vimioso, distrito de Bragança, é um símbolo importante da cultura e práticas religiosas sui generis dos judeus expulsos de Espanha que se refugiaram nas aldeias raianas portuguesas no séc. XV: os marranos, os “judeus clandestinos” de Portugal.

Talvez também por isso, as suas gentes saiam à rua madrugada fora em cada Quaresma a encomendar as almas. O costume que ninguém sabe como começou, mas que se repete religiosamente todos os anos, está associado à época sagrada da morte de Cristo, sendo que são as pessoas do povo que intercedem directamente a Deus pelos seus e por todas as almas que ainda não encontraram o caminho do Céu.

O caminho gastronómico desta região é divinal e fácil de encontrar numa cozinha variada e colorida baseada nos ingredientes que a terra proporciona ao longo do ano, nas carnes das raças naturais da região – maronesa, mirandesa e bísara – ou da caça e no delicioso bacalhau com pão de centeio ou broa. Os queijos, o fumeiro, as azeitonas, o próprio azeite, os folares e doces regionais levam o viajante diretamente ao paraíso.

A aldeia de Carção, igualmente conhecida pela praia fluvial rodeada de um denso arvoredo que lhe confere um ambiente selvagem e paradisíaco, é referida pelo escritor português Camilo Castelo Branco no seu romance mais conhecido: “Amor de Perdição”.

Galeria

Conhecida como a “Capital do Marranismo em Trás-os- Montes”, a pequena aldeia de Carção, no concelho de Vimioso, distrito de Bragança, é um símbolo importante da cultura e práticas religiosas sui generis dos judeus expulsos de Espanha.