A cerca de 40 km da capital e 10 km da costa, é famosa por albergar o magnífico e imponente Palácio Nacional de Mafra, também conhecido por Convento de Mafra. Considerado um dos mais grandiosos monumentos de todo o mundo, é o monumento barroco mais importante de Portugal, mandado construir em 1717 pelo rei D. João V. Classificado como Monumento Nacional em 1910, o Palácio, a floresta adjacente designada por Tapada Nacional de Mafra e o Jardim do Cerco (Jardim do Rei inspirado em Versalhes) encontram-se inscritos na lista de bens candidatos a Património Mundial da UNESCO.
Construído em pedra lioz da região, inicialmente concebido para um convento de 13 frades, chegou a albergar cerca de 300, ocupando hoje uma área de perto de quatro hectares (37.790 m2) com 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões.
O Paço Real ocupava todo o andar nobre do edifício e os dois torreões, sendo o do Norte destinado a Palácio do Rei e o do Sul à Rainha, separados por uma longa galeria de 232 m – o maior corredor palaciano na Europa – usada para o “passeio” da corte, tão ao estilo do séc. XVIII. Neste palácio reside a mais bela biblioteca do mundo, com um valioso acervo de cerca de 36.000 volumes, onde se destacam obras raras como a colecção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados do Séc. XV e ainda um importante núcleo de partituras musicais,especialmente escritas para o conjunto de seis órgãos da Basílica, único no mundo.
Uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV permitiu albergar nesta biblioteca algumas obras do “Índex de Livros Proibidos”pela Igreja Católica das áreas da ciência política, astronomia, astrologia, alquimia e esoterismo. E porque “Mafra é música”, o Convento possui um conjunto de 2 carrilhões, ou seja uma série de sinos afinados musicalmente entre si com noventa e oito sinos, que os torna num dos maiores do mundo. José Saramago, prémio Nobel da Literatura 1998, escreveu o “Memorial do Convento” inspirado no célebre monumento e na sociedade da época.
Mafra faz parte da “região saloia” que no passado abastecia a capital com produtos hortícolas, sendo apelativa pela sua gastronomia, destacando-se o delicioso Pão de Mafra, marca registada desde 2012, os pratos típicos de uma região vocacionada para a pecuária, a pesca, as especialidades de caça proveniente da Tapada de Mafra e grande variedade de cozinha tradicional portuguesa.